top of page

Arte Conceitual

Na arte conceitual, mais do que em outros momentos, o conceito e a ideia passam a ser mais importantes do que o objeto final, que, por vezes, torna-se irrelevante. Ela engloba diferentes formas de manifestações. Pintura, escultura, fotografia, instalações e performances,  que compõem esse vasto campo de experimentação. 

Ela c
ria com o espectador uma relação de intermitência,  pois  a

obra questiona o público da mesma forma que o público questiona a obra. É a arte que faz pensar o tempo todo. O que significa isso? Quais as relações possíveis com os fatos da vida, com o cotidiano?

 

Como o próprio nome diz, traz uma interrogação sempre, e essa questão pode estar relacionada a qualquer tema, tanto sexuais, políticos, sociais quanto ideológicos. É de fato, onde a apreciação estética é transferida para o cérebro. Sua força não está na aparência estética dos objetos, mas sim, na capacidade que ela possui de provocar inquietação e reflexão, podendo ocasionar alguma transformação nos seus observadores.

116105824_934928423679000_1742306423862791362_n.jpg
Com algumas obras emblemáticas, Cildo Meireles, na década de 1970, adentra a arte conceitual, abandonando o desenho e a pintura. Em “Inserções em Circuitos Ideológicos: projeto Coca-Cola”, grava em garrafas de Coca-Cola frases com opiniões, informações e críticas. Como as garrafas eram retornáveis, sua intenção era circular essas frases, mas as mensagens só eram visualizadas com as garrafas cheias. As obras de Cildo Meireles já foram descritas como “objetos filosóficos” ou “pensamentos materiais,  apontando para sua forte ligação com as diversas abordagens da arte conceitual. 
Joseph Kosuth, artista, filósofo e antropólogo, explorou em suas obras a complexidade da representação, colocando lado a lado o objeto em três representações: um objeto em si, uma foto do objeto e, por fim, o recorte do significado no dicionário, questionando a realidade do objeto em si, seu código visual e seu código verbal. Qual das três realidades é mais real se todas querem “dizer” a mesma coisa, e juntas na parede nenhuma delas é mais “real” que o outra, já que a própria cadeira (objeto de sentar-se) está deslocada de sua função e exposta como arte.

A obra intitulada “Merda d'Artista”, 1961 de Piero Manzoni causou alvoroço, ao ironizar a aura que no passado os artistas tiveram.  Nesse trabalho ele coloca em 90 latas de metal, numeradas, seus próprios dejetos, rotulando-as com as palavras “Merda de Artista”. Depois colocou à venda por peso, ao preço do ouro na época.  Piero Manzoni, dizia: “Tudo o que o artista cospe é arte”, e se Duchamp levou um mictório industrializado para ser exposto como arte, então o corpo do artista e tudo que dele saísse seria também arte, fosse respiração, excremento, até mesmo a simples assinatura colocada em qualquer coisa.

Não se sabe ao certo o que tinha dentro das latas, pois se trata de uma charada. As obras estão expostas em instituições de prestígio como o Georges Pompidou em Paris, a TATE Gallery, em Londres e o MOMA, em Nova York.

Os principais representantes da arte conceitual são: Joseph Beuys, Joseph Kosuth, John Cage, Yoko Ono, Lawrence Weiner, Robert Rauschenberg, Charlotte Moorman e Sol LeWitt. No Brasil, alguns artistas conceituais que merecem destaque: Cildo Meireles, Artur Barrio, Mira Schendel, Tunga e Waltércio Caldas.

 
5-removebg-preview.png
bottom of page