A Fonte - Duchamp
Considerado o precursor da arte conceitual, o francês Marcel Duchamp interrogou o sistema de arte, indagando quais os aspectos definiam a obra de arte.
Em 1917, comprou um simples mictório de louça, assinou com o pseudônimo, “R. Mutt” como se fosse uma obra de arte feita por ele, chamou de “A Fonte”, e o enviou para participar da maior mostra de arte moderna já montada nos Estados Unidos, a Exposição dos Artistas Independentes. Ao consumar essa ação, ele fez com que o significado útil do mictório desaparecesse, dando a ele um novo ponto de vista.

Com essa atitude provocadora, cria o conceito de ready-made, ou seja, a utilização de objetos prontos industrializados, transformam-se em obras de arte. Esses objetos são retirados de seu contexto cotidiano, regnificados pelo artista e inseridos em museus e galerias.
Dessa maneira, a concepção do que é uma obra de arte deixa o terreno estético e passa para o campo do pensamento. O conceito, apresenta-se então como componente essencial para as propostas de arte contemporânea, em que a ideia transmitida é mais valiosa do que a própria obra. É a arte que é percebida mais pela razão do que pelos sentidos, é a arte que provoca, inquieta, intriga, faz refletir. Portanto, mais intelectual e menos estética.
Sua obra, “A Fonte”, não foi exposta, mas Duchamp se tornou inquestionavelmente o artista que abriu as cortinas para a arte contemporânea existir no mundo. Sua interpretação da arte foi levada ao extremo ao final do século XXI, com a Andy Warhol na efervescência da Pop Art.
